Como os relógios conquistaram os brasileiros: uma história de tradição e evolução

Joaquim Ribeiro, CEO da Technos

A história dos relógios no Brasil acompanha o próprio processo de modernização e desenvolvimento do país, marcada por um simbolismo que vai além de apenas indicar as horas. Desde que os primeiros modelos chegaram em grande escala ao mercado nacional, na segunda metade do século XX, os relógios de pulso deixaram de ser apenas uma ferramenta prática para se tornarem ícones de estilo e status e, em muitos casos, um elo com a tradição familiar, além de um presente significativo em ocasiões especiais. Em um país que se modernizou rapidamente, os relógios sempre acompanharam o ritmo das mudanças, tornando-se símbolo de sofisticação e tecnologia acessível.

Esse papel de destaque foi consolidado a partir da década de 1950, quando empresas internacionais estabeleceram suas operações no Brasil, tornando os relógios mais acessíveis a uma ampla camada da população. Uma delas é a marca Technos, que completa 100 anos de fundação em 2024 e está em solo brasileiro desde 1958, hoje com um complexo industrial em Manaus, no Amazonas.

Há 66 anos, o mercado era muito diferente do atual. Na época, os relógios importados eram itens de luxo, acessível a poucos, vistos como artigos de prestígio, desejados por sua durabilidade e pelo requinte associado ao uso. Para muitas famílias, ter um relógio era um sinal de ascensão social, e esse acessório ganhava significado como um presente valorizado e símbolo de conquistas pessoais.

Ao longo das décadas, a popularidade só aumentou. Quem não se lembra de ganhar um relógio em uma ocasião especial, como um aniversário ou formatura? O que antes era apenas um instrumento para medir o tempo, gradualmente assumiu uma relevância emocional e cultural, como um sucesso na estratégia de ampliar o acesso a um público mais diverso, oferecendo produtos de qualidade que uniam precisão e design sofisticado.

Nos anos 1970 e 1980, o Brasil vivenciou um período de desenvolvimento industrial, rápida urbanização e expansão do consumo. Os relógios se consolidaram como acessórios de moda, variando em modelos e estilos que refletiam o gosto de uma sociedade cada vez mais conectada às tendências internacionais. De modelos clássicos e robustos a opções mais delicadas e modernas, os relógios passaram a atender a diferentes preferências, refletindo a diversidade e o dinamismo do brasileiro.

Com a chegada dos anos 2000, novas tecnologias e o avanço dos eletrônicos trouxeram mudanças significativas para a indústria relojoeira, incluindo a popularização dos relógios digitais e dos smartwatches. Esse movimento trouxe novas funcionalidades ao acessório, como monitores de atividades físicas e conexão com smartphones. A tradição dos relógios de pulso, contudo, não foi substituída: ao contrário, ela se manteve e encontrou novos significados. Para muitos, especialmente os apreciadores de relógios automáticos e mecânicos, esse objeto continua sendo um símbolo de tradição e sofisticação.

Ao longo de todas essas transformações de mercado, a Technos se consolidou como líder de mercado e assumiu um lugar no coração dos brasileiros por entender que queremos muito mais do que um produto: queremos confiança. Esse sucesso se deve, em grande parte, à sua capacidade de inovação e adaptação ao perfil do consumidor brasileiro. Desde o lançamento de modelos clássicos que são reconhecidos até os dias de hoje até a introdução de coleções que trazem tecnologias avançadas, a marca acompanhou as mudanças no comportamento e nas demandas do público.

Hoje, a presença dos relógios de pulso no Brasil reflete a adaptação a um mercado em constante transformação, onde a tecnologia avança sem abandonar o apreço pela história e pela elegância que os relógios representam. E a história da Technos no país é uma demonstração de como o relógio passou de um item de luxo para um acessório acessível e desejado, firmando-se como um símbolo de identidade e estilo. Em um cenário onde a tecnologia redefine a nossa relação com o tempo, ser um elo entre o passado e o futuro é trazer ao público brasileiro o que há de mais moderno, sem abrir mão de suas raízes.

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